Numa época em que tantos buscavam prolongar a adolescência até o mais
tarde possível, o autor demonstrou iniciativa, autonomia e capacidade de buscar,
longe do conforto e aconchego de casa, aquilo que desejava. E revolucionou sua
vida emocional, sua prática cotidiana e seus modelos mentais.
Não ficou ali parado. Caminhar é saber. Existem as pessoas que determinam
sua vida. E outras que são determinadas pela vida. Ao escolher a primeira
opção, o autor descobriu que viver não comporta preguiça, braços cruzados à
espera do seu destino. Isso é livre arbítrio.
Depois
de atravessar reais obstáculos e metafóricos desertos, tempestades e montanhas, é fácil se sentir
uma gaivota e se aliar ao renomado escritor Richard Bach, para quem “Longe é um
lugar que não existe”.
Honrado com o convite para elaborar este prefácio, não tenho a menor
dúvida em recomendar a leitura deste livro, em que o autor nos convida a um
passeio por observações de sua mente e impressões de seus sentidos ao longo de
sua trajetória. Tão singular e ao mesmo tempo tão comum a tantos outros que
fizeram a mesma opção de mergulhar na insegurança da atraente incerteza da
estrada desconhecida da vida.
Vê-se, pois, que mais que oportuna a publicação deste livro, dentro do cenário cultural, mediático e educacional em que surge
este livro, é de especial interesse para a juventude.
Isso porque neste exato momento, milhares de outros jovens no país vivem
o dilema de mudar de residência, de cidade e até mesmo de estado, para
ingressar na Universidade por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma ferramenta que, por um
lado, facilita a vida do aluno, mas, por outro, requer deste a mobilidade
geográfica para conquistar sua vaga, esteja ela onde estiver. Essa era uma
prática apenas dos mais privilegiados que podiam arcar com os custos de fazer
diversos vestibulares nas diversas localidades onde os cursos de seu interesse
eram ofertados. Hoje, com um sistema de avaliação unificado como o Enem,
as
oportunidades abrem-se para todos, independentemente de sua condição
socioeconômica. Mas ainda perduram as mesmas dificuldades enfrentadas pelo
autor de trilhar esse caminho.
Por
tudo isso, acredito que o livro contribui para iluminar o caminho daqueles que
veem essa oportunidade de realizar seu sonho pessoal e, ao mesmo tempo,
sensibilize os responsáveis pela elaboração das políticas públicas na área de
educação a criarem mecanismos de apoio a esses estudantes que acreditam nas
oportunidades oferecidas pelo sistema nacional de educação tecnológica e
superior.
Alfredo José Lopes
Costa
Jornalista e professor
de Jornalismo na UFMT (Campus do Araguaia)